Vejam bem: não conheço o sujeito, nunca li seus relatos, e o que sei dele, o sei pela grande mídia. Mesmo assim acho-o admirável, em seu gesto generoso de lançar-se no desconhecido. Cheguei a ele após lembrar-me de um biólogo que viveu anos e anos isolado na aridez de uma ilha de pedras no Atlântico Sul para estudar as orcas... Suas únicas companhias por longos e longos anos foram as baleias. Nâo sou capaz deste tipo de dedicação, mas tenho toda a admiração e respeito por aqueles que se empenham em empreitadas deste gênero - insanas, dirão alguns, mas que abrem espaços para o exercício do espírito que planeja e almeja vôos mais dignos. Se ao menos eu não chego lá, em minha modesta vidinha quero trabalhar e patrocinar quem tem asas para voar. E talvez seja esse apreço pelas as conquistas da alma que o Alberto gostaria de ver exaltado e ressoando em mais mentes... Eu me rejubilo com uma descoberta das ciências, e com conquistas da sociedade civíl, assim como com a aprovação de um projeto de lei como o "ficha limpa" (aliás, não sei se não devia aí ao contrário me envergonhar de demandarmos o óbvio de um candidato à vida pública: decência cívica). Enfim , quero dizer, é aquele olhar singelo para além de nosso umbigo e de nossa causa própria que gostaria de louvar. Geraldo Ávila, Dian Fossey, me interessam não só por suas escolhas particulares, mas por ver em seus trabalhos um projeto para os homens.
O para além de nossas cousas, que lançou os portugueses ao mar, e que é tão longe e tão perto de quem somos. Olhar para fora por vezes é outro modos de olhar para nós mesmos. O olhar curioso sempre busca outro olhar.
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